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terça-feira, 8 de março de 2011

Presidente da Chechênia faz dois, mas veteranos do Brasil vencem

O presidente da região russa Chechênia investiu alto para enfrentar craques brasileiros nesta terça-feira e terá história para contar: Ramzan Kadyrov marcou duas vezes e perdeu dois pênaltis na derrota do combinado local por 6 a 4 para o "Brazil Stars", grupo de veteranos brasileiros que contou com ídolos como Romário, Bebeto e Dunga em Grosny.
Os gols dos brasileiros, que usaram camisa oficial da Seleção, foram de Romário (dois), Bebeto (dois), Cafu e Sávio. O goleiro Zetti defendeu duas cobranças de pênalti de Kadyrov, que se recuperou marcando duas vezes para os donos da casa em Grosny. O holandês Rudd Gullit reforçou o time da Chechênia, mas saiu ainda no primeiro tempo.
O governo local chegou a divulgar que a partida seria contra a Seleção Brasileira que venceu a Copa do Mundo de 2002, com nomes como Ronaldo, Kaká e Ronaldinho Gaúcho. Cartazes foram espalhados por Grosny com fotos do time de Felipão. Até mesmo a identificação do time de veteranos na televisão local, durante a transmissão, era "Brasil 2002".
Além de campeões de 1994, como Romário, Dunga, Ronadão, Zetti, Raí, Bebeto e Zinho, o time contou com ex-jogadores que nunca disputaram um Mundial com a amarelinha, como Elber, Zé Maria, Sávio e Djalminha. Denilson, Cafu (também campeão em 1994) e Denilson representaram a equipe do penta.
A partida, que terá parte da renda destinada a ajudar vítimas das enchentes na Região Serrana do Rio de Janeiro, foi disputada com gelo em algumas partes do campo e sob temperatura de 2ºC. Antes do jogo, Kadyrov afirmou que o grupo de brasileiros viajou para a Chechênia de graça, sem cobrar pela partida:
- Pagamento? Eles que se ofereceram para vir - disse Kadyrov na segunda.
Discurso bem diferente do de Romário. Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM no embarque para a Europa, domingo, o Baixinho afirmou que só aceitou a viagem em pleno carnaval por causa do bom cachê.
- Foi feita uma proposta e, dentro do que me ofereceram, achei interessante. Com certeza, se não tivesse uma coisa que não fosse financeiramente boa, eu não perderia meu carnaval. Para falar a verdade, eu nem entendi ainda qual é o objetivo do jogo - disse o deputado federal eleito pelo Rio de Janeiro.
Presidente checheno é figura polêmica
A partida aconteceu no estádio Sultan Bilimkhanov, que em 2004 foi cenário de um atentado que matou o presidente checheno pró-Moscou Akhmad Kadyrov (pai do atual líder), e teve um forte esquema de segurança.
Polêmico, Ramzan Kadyrov, de 34 anos, está no poder desde 2007 e é acusado pelas ONGs de não respeitar os direitos humanos. A capital Moscou permite ao presidente checheno uma relativa estabilidade e confia nele para conter a rebelião, que superou as fronteiras da Chechênia e em meados da década passada se tornou um movimento islamita armado ativo em todo Cáucaso do Norte.
Apesar da instabilidade e do alto nível de desemprego nas pequenas repúblicas do Cáucaso, os gastos com futebol parecem não ter preço. Em janeiro, o Terek Grozny, quase rebaixado na temporada passada, contratou como técnico o holandês Ruud Gullit. Mês passado, o Anzhi Makhatchkala, do Daguestão, contratou o lateral brasileiro Roberto Carlos com o maior salário de um jogador no futebol russo.

Por: Cassian Telles
Fonte: Globo.com

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